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O sável
Alosa alosa (Linnaeus, 1758)
Ordem: Clupeiformes
Família: Clupeidae
Sável
Sábalo, sable, zamborca
Allis shad
Espécie anádroma, pelágica e eurihalina. Passa o maior tempo do seu ciclo de vida no mar, podendo atingir uma idade máxima de 10 anos. Os adultos entram no rio Minho a partir do mês de Fevereiro terminando o período da reprodução em Agosto.
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Morfologia
Corpo alargado e comprimido lateralmente, com escamas arredondadas. A mandíbula chega até ao bordo posterior do olho. Ausência de dentes no vómer. A barbatana dorsal é curta e o olho possui bainha. Distingue-se pela coloração prateada, escamas largas e barbatanas pequenas. A coluna vertebral é formada por um conjunto de 57 a 58 vértebras. A barbatana dorsal possui 19 a 21 raios (4-6 duros;13-18 moles) e a barbatana anal 21 a 24 raios (3-4 duros; 18-21 moles). Apresenta cor verde azulada a cinzento no dorso e prateada no ventre. Possui uma mancha negra junto do bordo superior da abertura opercular.
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A espécie similar é a savelha (Alosa fallax) que se pode distinguir pelo número de escamas da linha lateral e pelo número de espinhas branquiais. O sável tem mais de 70 escamas na linha lateral e entre 80-130 espinhas branquiais.
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O comprimento varia entre os 35-40 cm, podendo atingir os 80 cm. As fêmeas podem atingir 6 Kg de peso, mas raramente ultrapassam os 4 Kg. O peso médio dos exemplares capturados no rio Minho ronda os 2,7 Kg, havendo exemplares que atingem 5 Kg.
![Alosa alosa](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_8ac23007f3084b7e8ef66cab9cc7e723~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_98,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1a6385_8ac23007f3084b7e8ef66cab9cc7e723~mv2.jpg)
Adulto
![Alosa alosa](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_407b538939a84777aff0eff177abc782~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_98,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1a6385_407b538939a84777aff0eff177abc782~mv2.jpg)
Adulto
![Alosa alosa](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_10e6958c7560412eac7abd75ee64579e~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_98,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1a6385_10e6958c7560412eac7abd75ee64579e~mv2.jpg)
Juveniles/juvenÃs
![Alosa alosa](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_8ac23007f3084b7e8ef66cab9cc7e723~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_98,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1a6385_8ac23007f3084b7e8ef66cab9cc7e723~mv2.jpg)
Adulto
Biologia
Espécie anádroma (migra do mar para o rio), pelágica e eurihalina. Entra nos rios na Primavera. Antes da existência de barragens, e nos rios mais longos, o sável chegava a migrar mais de 700 Km para realizar a postura. Apesar de alguns poderem regressar ao mar, após a reproducção, pensa-se que a maioria morre antes de lá chegar. Há evidências que demonstram que o sável reproduz-se no rio onde nasceu.
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O sável só se reproduz no curso principal do rio Minho, não entrando nos afluentes. A reprodução acontece em Maio, Junho ou Julho e os reprodutores quando entram no Minho têm entre 3 e 9 anos de idade. Em geral, as fêmeas são mais velhas e maiores. Dependendo do peso, podem produzir entre 100.000 e 600.000 ovos. Normalmente estes ovos são colocados em fundo de gravilha, em águas bem oxigenadas, em profundidades inferiores a 1,5 metros.
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Os juvenis, quando atingem cerca de 10 cm (Outono seguinte) migram para o mar e crescem alimentando-se de crustáceos planctónicos. Os adultos alimenta-se de pequenos crustáceos, peixes e algas. Quando entram na água doce deixam de se alimentar.
![Life cicle Alosa alosa](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_38e68f720bac4fe98929665027a78854~mv2_d_2599_2599_s_4_2.png/v1/fill/w_107,h_107,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/Ciclo_vida_migradores_bilinguie_S%C3%A1vel_pn.png)
Distribuição
O sável distribui-se desde a Islândia até à costa Atlântica de Marrocos. A sua presença em determinadas áreas é esporádica, caso da escandinávia (Noruega, Suécia e Finlândia), assim como nas Ilhas Britânicas.
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Em geral, as populações de sável estão a diminuir, como é o caso da Alemanha e da Bélgica. Em França, desapareceu dos rios Seine e Vilaine. São, contudo, abundantes nos rios Loire, Garonne, Dordogne e Adour.
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Em Portugal, entram nos rios Minho, Lima, Mondego, Tejo, Sado e Guadiana. Ocorre, ainda na costa espanhola e francesa do Mediterrâneo. O seu habitat disponível na bacia hidrográfica do rio Minho vai até à barragem da Frieira.
Conservação
Espécie autóctone. Foi evidente a redução da população após a construção das barragens no rio Minho. Sensível à diminuição da qualidade da água e alteração do habitat.
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- Libro Rojo de los Vertebrados de España​: (V) Vulnerable
- Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: (EN) Em perigo
Pesca
O Sável, na bacia do rio Minho, é uma espécie com grande importância comercial e cultural, sendo considerado como o peixe emblemático do Rio Minho. A sua exploração tem um grande interesse económico para as comunidades piscatórias, assim como para a população em geral, devido ao seu valor socioeconómico, à sua história, etnografia e gastronomia.
É referenciado de uma forma muito especial, quer na margem portuguesa, assim como na Galiza. Quando abundante, era a espécie de subsistência básica, que tanto alimentava a comunidade piscatória como lhe servia de suporte económico. As mulheres dos pescadores vendiam o sável porta à porta, chegando ao final da jornada apenas com as partes menores do peixe: a cabeça, a zona da barbatana caudal e as ovas. Para aproveitar o que restava, criaram o agora tradicional “Debulho de Sável”.
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Os registos oficiais conhecidos sobre a captura de sável, iniciaram-se em 1914, O valor mais alto, registado pelos pescadores portugueses, aconteceu em 1925 e 1939, com 115.000 individuos. A partir de 1976, o registo deixou de ser em número de exemplares capturados para se fazer em peso. Entre 1980 e 2004, o valor máximo registou-se em 1980, com 18.000 Kg e o mínimo em 1988 com 300 kg. Em 2004, os pescadores portugueses declararam valores na ordem dos 6.000 Kg.
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A diminuição da quantidade de sável está associada à progressiva construção das barragens no rio Minho.
![Capturas Alosa alosa 1914-2011](https://static.wixstatic.com/media/1a6385_886c0c8ea4624fe9a1a431e55d86d6a9~mv2.png/v1/crop/x_20,y_27,w_1450,h_997/fill/w_58,h_40,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/SAVEL_CAPTURAS_.png)
Valores oficiais da pesca do sável, declarados por pescadores portugueses, de 1914 a 2011. Fonte: Capitania do porto de Caminha.
Artes de pesca:
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Entre a parte sul das ilhas de Verdoejo (Monção) e o mar: tresmalho (noite) entre março e junho. O algerife era usado nesta zona antigamente de dia mas desapareceu quando a quantidade de sável diminui acentuadamente.
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Nas pesqueiras, a montante da Torre da Lapela: Botirão e cabaceira entre abril e maio.
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Em todo o troço internacional os pescadores desportivos podem pescar com canas e linhas entre Março e Junho.