A truta marisca
Salmo trutta trutta Linnaeus, 1758
Ordem: Salmoniformes
Família: Salmonidae
Truta marisca
Reo
Sea trout
Espécie anádroma, pelágica e eurihalina. Existem no rio Minho duas sub-especies de truta, a truta marisca (Salmo trutta trutta) é a forma migrante, sendo a truta fario (Salmo trutta fario) a forma sedentária. No rio minho a sua alimentação é diversificada, incluindo crustáceos, insectos, gastrópodes e peixes. É comum no Verão a entrada de exemplares de maior porte que procuram no Inverno as águas frias e oxigenadas para se reproduzirem. Os juvenis passam 1 a 2 anos no rio antes de migrarem para o mar. É uma espécie muito apreciada pelos pescadores lúdicos e desportivos.
Morfologia
De corpo fusiforme, pedúnculo caudal arredondado e barbatana adiposa com margem alaranjada. A barbatana dorsal possui 8 a 10 raios, a anal 12 a 18 e a caudal 18 a 19 raios. A coluna vertebral é formada por 57-59 vértebras. Quando recém-chegadas do mar distinguem-se facilmente das trutas de rio (Salmo trutta fario) pelo seu aspecto prateado e pequenas pintas escuras. Após passarem algum tempo na água doce ficam mais escuras tornando-se a distinção mais difícil. Jovens trutas são distinguidos dos salmões pela presença de 9-10 manchas azul-acinzentadas e um ponto vermelho entre cada uma. Têm menos de 130 escamas na L.L. e o número de escamas entre a barbatana adiposa e a linha lateral varia entre 13-16.
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Este peixe pode chegar a atingir os 140 cm e um peso de 20 kg, no entanto, o seu comprimento costuma variar entre os 23 cm e os 57 cm. Pode viver durante 38 anos. Espécies similares são a truta de rio (Salmo trutta frario) e o salmão (Salmo salar).
Adulto
Adulto
Biologia
Espécie anádroma, pelágica e eurihalina.
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Regressam ao rio onde nasceram para se reproduzir, sofrendo durante essa fase, alterações físicas, nomeadamente deformação da mandíbula e intensificação da coloração.
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Os ejemplares maiores (0.8-1 Kg) iniciam a subida do rio no veráo (setembro) enquanto em Fevereiro é comum a migração de trutas mais pequenas. Preferem águas frias e bem oxigenadas para a postura. A reprodução ocorre no inverno. Podem reproduzir-se mais do que uma vez durante o seu ciclo de vida. Os alevins crescem rapidamente em águas frias e bem oxigenadas. Permanecem entre 1 e 2 anos antes de migrarem para o mar.
Distribuição
Distribui-se por rios e ribeiros de águas frias, limpas e bem oxigenadas, estuários e águas costeiras.
Conservação
Espécie autóctone. Habitat limitado pela existência de barragens que impedem a sua migração para montante. São muito sensíveis à alteração da qualidade da água.
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- Libro Rojo de los Vertebrados de España​: (V) Vulnerable
- Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: (CR) Criticamente em perigo
Pesca
Alta importância comercial.
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Os pescadores desportivos e lúdicos apreciam muito esta truta.
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No estuário, podem ser pescadas com redes de tresmalho entre Março e Junho e com o botirão e a cabaceira entre Abril e Maio, na parte mais alta do rio.
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Em todo o troço internacional os pescadores desportivos podem pescar com canas e linhas entre Março e Julho.